quinta-feira, 22 de março de 2012

Estrela



Uma canção ecoa
No cais do pensamento:
Não caio mais
Na rede atroz
Já desfiz os nós
Não volto atrás.
Mudei meus  rumos,
Mudei de caminho,
Escolhi outra estrela.

Cansei da mesmice
Da regra invertida,
Da paz inventada,
Pavimentada no caos.
Cansei do amor fingido,
De palavras sem cor,
De abraço sem calor
Acalorado no medo
No desmantelo sem valor.

Mudei meu rumo
Na luz daquela estrela.
Em seu rastro singular
Apontei meu desejo
De esperança repentina.
E, na alegria de quem se encontra
No achado do destino
Encontrei a paz
Aquela que ninguém traz
Mas que apenas se faz
No peito arrependido.

Fim de Tarde



Na rede,
Tudo parece mais tranquilo.
No coração,
Balança um desejo vespertino.
Meus olhos,
Libertos do caminho habitual
Desvendam mistérios.
Meu olhar
Quase declinando
Descansa na brincadeira
Pueril de uma criança.
No rosto cansado
A alegria toma forma
Na oração de meu suspiro.
E o sorriso esboçado
Na arte de repousar
Revela meu contentamento
Livre do velho tormento
Em cada balançar.